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terça-feira, 10 de maio de 2011

Calamidade em Santa Teresa

bonde santa tereza calamidadeO bonde de Santa Teresa remete os cariocas à nostalgia, encanta turistas e dá um ar de interior ao bairro de Santa Teresa. Está na moda andar de bonde, passa na novela, tiram fotos dele e gera repercussão internacional. Apesar disso, os governos do Rio não só não deram atenção aos bondes, como tentaram e tentam acabar com eles.


Venda das Peças da Fábrica

Uma das últimas agressões foi o governo estadual ter vendido - irregularmente - as máquinas de fazer peças dos bondinhos para o ferro-velho Balprensa, na Pavuna.

Antes porém, os governos Garotinho e Cabral conseguiram transformar oito dos catorze bondinhos históricos sobreviventes em VLTs. Estes VLTs, de péssima qualidade, custaram R$ 1 milhão cada e fazem um barulho de 105 decibéis. O dinheiro pago para cada VLT daria para ter consertado três bondinhos históricos, que fazem muito menos ruído.

Atualmente, o bairro tem apenas dois ou três VLTs funcionando e talvez dois bondinhos históricos. Os demais estão parados na garagem à espera de conserto.


SETRANS Rompe com AMAST

Por causa das denúncias, a SETRANS não discute, nem negocia mais com A Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (AMAST). Funcionários que operam os bondinhos, dizem que há dois dos históricos precisando de poucos reparos, cujo orçamento é de R$ 600 mil para voltarem a funcionar.


Governo Estadual Condenado

Em fevereiro, o Governo Estadual foi condenado ao perder o recurso que havia apresentado contra a Ação Civil Pública ajuizada pela 3ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente e Patrimônio Histório do Rio de Janeiro/AMAST.

Perderam também em segunda instância. O Governo do Estado do Rio de Janeiro foi condenado por desrespeitar o seu dever de prestador de serviço de passageiros, por descumprimento do seu Plano Estadual de Transportes (PET). A sentenção determina a restauração de todo o sistema: bondes, via permanente (trilhos), a oficina da Rua Carlos Brant, a rede aérea, o gradil dos Arcos da Lapa, além das reformas da Estação Carioca e Estação Curvelo.

Pela péssima conservação dos trilhos - e os poucos bondes em funcionamento, o bonde já não faz todo o percurso que fazia há quinze anos pelo bairro. Os passageiros são obrigados a saltar bem antes de seus destinos finais.

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