sexta-feira, 1 de março de 2013

Trens que Ligavam Rio a SP e BH Apodrecem em Minas

Uma excelente matéria feita pelo Estado de Minas em 12 de Novembro de 2012 mostra o estado de abandono das locomotivas e vagões que faziam tanto o trajeto Rio - Belo Horizonte - Rio, quanto o trajeto Rio - São Paulo - Rio.

O trem ligando a capital mineira era operado pela Vera Cruz. A viagem de 640 quilêmetros partia e chavaga no Rio na Central do Brasil e sua duração variava entre 12 e 14 horas. A primeira viagem foi feita em 29 de Março de 1950, exatos 40 anos antes da última. Cada trem levava sete ou oito vagões, sendo que um deles era o disputado vagão restaurante, onde os passageiros se reuniam para comer alguma coisa e tomar cerveja.

Hoje, estes trens apodrecem em Belo Horizonte, Santos Dumont (MG) e Juíz de Fora (MG). No final dos anos 80, os trens entre as duas capitais davam cada vez mais preferência aos trens cargueiros e as viagens de passageiros estavam ficando cada vez mais longas. Com a privatização da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima em 1996 é que estes trens foram colocados de lado de uma vez.

O Governo de Minas Gerais luta para que a parte que pode ser aproveitada destes trens possa ser colocada em trens turísticos, como por exemplo na ligação de 15 quilômetros entre.Santos Dumont e a Fazenda Cabangu. Mas este projeto esbarra na burocracia.

É preciso reativar as linhas entre as capitais de Rio, São Paulo e Minas Gerais, com trilhos e trens modernos, que possam fazer a viagem em maios ou menos o mesmo tempo do ônibus (cerca de 6 horas para São Paulo e 7 para Belo Horizonte).

Fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2012/11/12/interna_gerais,329144/vagoes-do-trem-que-transportava-passageiros-de-bh-para-o-rio-estao-abandonados.shtml

16 comentários:

  1. Concordo com o último parágrafo. Adiciono: não faz realmente sentido manter uma linha de trem que perde, e muito, em tempo de viagem para o ônibus. Trem tem que ser mais eficiente, e precisamos exigir que tenhamos serviços de trem eficientes ligando novamente Rio a São Paulo e BH (entre outros). Não precisa ser trem bala, mas é importante que se leve menos tempo que ônibus.

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  2. Em qualquer país decente do mundo a malha ferroviária é eficiente e compete de igual com as linhas aéreas e rodoviárias. Não precisamos de trem bala. Precisamos de trens normais. Uma viagem de trem do Rio para São Paulo não precisa durar o mesmo que uma viagem de avião, mas também não precisa demorar mais do que uma viagem de ônibus. O trem poderia fazer esse trajeto em três horas; o mesmo tempo que um trem da Amtrak leva de Washington para NY. Lamentável nossa situação...

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    1. É isso mesmo. Com um sistema ferroviário eficiente funcionando, um fundo poderia ser criado para investimento em trens balas e novas linhas.

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    2. Sem trens-bala; não há necessidade de ser ter um trem-bala nessa curta distância que separa Rio de SP.

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    3. Concordo. Pode até trem-bala, mas primeiro deveria ter o trem normal.

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    4. Trem bala? As ferrovias no Brasil não suportam nem trens que viajam a 70 KM/h... Se os trens viajassem a 120 KM/h, em 6 horas fariam de SP a BH, umas 4 horas de SP ao RJ e no máximo umas 5 horas do RJ a BH. Agora imagina fazer um núcleo ferroviário central e partir de SP para o Sul, de BH para o centro oeste e Nordeste... Pena que é só sonho...

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    5. Pois é....quando o Brasil tinha dinheiro, não se investiu em infra-estrutura. Não falo nem de trem-bala. Poderíamos ter trens rápidos de passageiros.

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  3. Concordo, acho o trem bala totalmente desnecessário, não só pelo custo da obra mas também pela futura tarifa, que deve ser bastante alta para cobrir o investimento. Precisamos sim de trem com uma velocidade que iguale o tempo de viagem com os ônibus, até um pouquinho mais, quem sabe, pois existe a parte bucólica da viagem, um almoço, um lanche e até um carro dormitório, como existia antigamente.

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  4. A ideologia do transporte rodoviário é o câncer que embota o fio do desenvolvimento deste País. E o mais paradoxal é que essa mentalidade tenha se expressado com maior intensidade nas ideias de JK sobre o desenvolvimentismo. Uma coisa é ter trens modernos e seguros; outras é acabar com eles e amaldiçoar o Brasil a aturar caminhões e ônibus. Mas uma coisa é certa: isso encheu os bolsos de muita gente. Evidentemente, as mentiras não se sustentam por muito tempo, de modo que as novas gerações já perceberam o logro e estão se empenhando em tirar o atraso reativando o transporte ferroviário em diversos segmentos, ou mesmo clonando-o, como é o caso do BRT, de baixa eficácia mas que satisfaz à resistência remanescente do lob rodoviário.

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  5. Trem pendular de passageiros alta velocidade

    Pendolino (do italiano, diminutivo de pendolo, que significa pêndulo) é a marca de uma série de trens de alta velocidade com tecnologia pendular, desenvolvidos e fabricados pela Fiat Ferroviária (hoje Alstom). São utilizados na Eslovênia, Finlândia, Itália, Portugal, República Checa, Reino Unido e Suíça, ou Acela, seu concorrente americano.
    A ideia de um trem que inclinava (pendular) tornou-se popular nas décadas de 1960 e 70, quando vários operadores ferroviários, impressionados pelos trens de alta velocidade introduzidos em França (TGV) e Japão (Shinkansen), quiseram ter uma velocidade similar sem ter de construir uma linha paralela dedicada (como estes países estavam a fazer, e o Brasil está por fazer). Trem pendular é um trem com um mecanismo de suspenção reclinável que permite que ele atinja velocidades avançadas em trilhos de linhas férreas tradicionais. Esse mecanismo, chamado sistema pendular, consiste em eixos com capacidade de se inclinar até 8 graus em relação aos trilhos, permitindo que as curvas possam ser feitas em velocidades de até 230 km/h, sem risco de acidente ou desconforto para os passageiros.
    Na Itália foram estudadas várias possibilidades para as linhas em exploração (incluindo um modelo com carros fixos e bancos pendulares). Vários protótipos foram construídos e testados e em 1975 um protótipo do Pendolino, o ETR 401, que foi posto em serviço, construído pela Fiat e usado pela Rede Ferroviária Italiana. Em 1987 começou a ser usada uma nova frota de Pendolinos, os ETR 450, que incorporavam algumas tecnologias do infortunado projeto britânico APT. Em 1993 a nova geração, o ETR 460, entrou em serviço.

    Fonte básica; Wikipédia com adaptações.

    A grande vantagem da Tecnologia Pendular para trens de passageiros é justamente pelo fato de circular bem em vias sinuosas e curvas fechadas, comum em países europeus, americanos e principalmente brasileiros, sem muitas retificações e com baixo investimento.

    Eis aí uma ótima opção para os planejados pelo governo federal 21 trens de passageiros regionais, para uso da malha ferroviária brasileira, mediante aproveitamento e remodelação das linhas existentes, sem a necessidade de grandes intervenções. Os trens pendulares Acela americano (Amtrak) e Superpendolino europeu são tracionados por energia elétrica, inclusive os na versão flex, 3 kVcc / 25 kVca embora existam versões eletricidade-Diesel (ICE-TD), que poderão ser utilizados em cidades onde não possuem alimentação elétrica.

    A escolha deste modelo está sendo sugerida por consultorias, como a “Halcrow” no volume 4 parte 2 anexo B Comparação de material rodante, que estudam a implantação dos trens regionais, com futura utilização como TAV quando as suas linhas exclusivas estiverem prontas a partir de 2020, podem ser fabricados com o truque na bitola de 1,6 m com freios regenerativos, isto é geram energia elétrica na frenagem. e são da categoria de velocidade de até 250 km/h.

    Pois bem. Não é empregado no Brasil porque a indústria ferroviária transnacional, e aqui instalada, não os fabrica, embora a CAF e a Alstom os fabriquem no exterior.

    Conclusão: construímos ferrovias para que se adequem aos trens aqui fabricados, e não ao contrário. Isso explica, também, a falta de padrão entre trens e plataformas na CPTM-SP e Supervia-RJ entre outras. As indústrias não fabricam o que necessitamos. Nós, é que nos ajustamos a elas.

    Algumas montadoras transnacionais, e a Embraer tem condições de fabricá-los no Brasil.

    “Você pode encarar um erro como uma besteira a ser esquecida, ou como resultado que aponta uma nova direção”
    Steve Jobs

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    1. Não precisa disso, se os trens viajassem a 120 KM/h o trajeto de BH a Salvador seria feito em 14 horas. Excelente se comparado com o modal rodoviário.

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