A
obra da Linha 3 do metrô, que vai
ligar Niterói a São Gonçalo, deve começar no prazo de um mês, no trecho entre os bairros do Barreto e Alcântara. Durante
audiência pública realizada ontem, na Câmara dos Vereadores de São Gonçalo para discutir os impactos da implantação da linha férrea no município, o subsecretário estadual de Transportes, Sebastião Rodrigues, informou que o investimento de R$ 62 milhões para o início das obras já está à disposição do governo estadual, por meio de convênio com o Ministério das Cidades - sendo R$ 12 milhões dos cofres estaduais e os R$ 50 milhões restantes liberados pela União.
Saiu a Licença Ambiental
"Já temos a licença ambiental prévia e o Instituto Estadual do Ambiente deve liberar uma definitiva que nos permita o início das obras já nesse próximo mês. Já fizemos também um plano de trabalho para receber mais R$ 400 milhões por meio desse mesmo convênio com o Ministério das Cidades", afirmou Rodrigues.
Durante o encontro, os moradores do Jardim Catarina e arredores, em São Gonçalo, reivindicaram a circulação do metrô "em elevado" e não pela superfície, como prevê o projeto, no trecho que liga Alcântara a Guaxindiba, para que os bairros não acabem divididos, dificultando a circulação de pedestres e ciclistas.
Representante de moradores do Jardim Catarina, Carlos Santana também pediu à Câmara dos Vereadores que faça um decreto legislativo para embargar este trecho da obra.
O subsecretário estadual de Transportes, por sua vez, explicou que qualquer alteração no plano inicial poderia prejudicar o andamento das obras, já que para um novo projeto outros trâmites burocráticos seriam necessários.
"Qualquer ação judicial nesse sentido pode atrapalhar o andamento da obra. É uma obra de 23 quilômetros e por causa de quatro quilômetros vamos parar a obra? É melhor começar a obra e, se por ventura, no trecho de Guaxindiba for preciso construir o metrô em elevado, vamos considerar. Logicamente que o contrato terá de ser auditado novamente. Mas já temos um contrato assinado que prevê que temos de fazer a obra cumprindo o que está previsto no contrato", disse.
Políticos e Autoridades Presentes
Estavam presentes no encontro o vereador Miguel Moraes (PT), além de membros das associações de moradores de vários bairros de São Gonçalo e representantes da Prefeitura da cidade.
Vereador preocupado com entorno
Ainda durante o encontro, o vereador petista Marlos Costa questionou como ficará a situação dos moradores que vivem no entorno da linha férrea e que terão de deixar suas casas.
"Tenho informações de que há cerca de quatro mil pessoas nessa região. Como ficarão essas pessoas?", indagou Marlos.
Em resposta, o subsecretário estadual de Transportes, Sebastião Rodrigues, explicou que os moradores serão indenizados.
"A desapropriação será feita junto com a Procuradoria Geral do Estado. Tudo será feito junto com a Justiça, que vai avaliar e identificar o valor dos imóveis. As pessoas serão indenizadas e realocadas", explicou.
Fonte: Jornal O Fluminense, em 29 de Abril de 2009.