terça-feira, 26 de maio de 2015

Mortandade de Peixes e Uma Estação de Metrô

Entre os dias 09 e 16 de Abril de 2015 cerca de 50 toneladas de peixe foram retiradadas da Lagoa Rodrigo de Freitas. Todos estes peixes morreram em conseqüência da falta de oxigêncio nas águas poluídas do cartão postal carioca. Tal mortandade lembrou-nos dos anos 80 e 90 quando esta tragédia era comum.

A falta de oxigênio nas águas da Lagoa Rodrigo de Freitas teve outras conseqüências. O mau cheiro espantou cariocas e turistas que passeavam ou praticavam esportes ao longo da orla.
Também acendeu o alerta das federações interncaionais de Canoagem e Remo, pois a Lagoa é sede das provas olímpicas e paralímpicas de Remo e Canoagem de Velocidade.

As águas da Lagoa são um ambiente saturado de sedimentos que precisa constantemente de renovação com as águas do mar do Leblon. Nesta troca, o mar traz oxigênio e nutrientes que garantem a vida de peixes e outros bichos na Lagoa.

Muitos projetos ao longo dos anos foram apresentados, como a construção de um segundo canal entre o mar e a lagoa e ou a duplicação do canal existente.

E por que estamos falando disso num blog sobre o metrô? Porque a construção da Estação Jardim de Alah pode ter algo a ver com a falta de renovação das águas da Lagoa.

As fotos ao lado mostram que para construir a estação, centenas de sacos (de areia?) foram utilizados para impedir a passagem de água para a estrutura da estação. Estes sacos foram todos colocados na água da lagoa, diminuindo a passagem de água vinda do mar.

A Obra do metrô chegou a ocupar mais de dois terços da largura do canal, dificultando a renovação da água. A falta de renovação da água somada ao excesso de nutrientes e matéria orgânica oriundos do esgoto (principalmente do Morro do Cantagalo), somado a uma chuva forte ou a ventos fortes faz com que o fundo da Lagoa seja revirado. Tudo isso junto tira o oxigênio da água e os peixes começam a morrer. A savelha é o primeiro peixe a morrer.

Para as obras da Estação Jardim de Alah, o Consórcio Linha 4 Sul cortou dezenas de árvores no entorno do canal, entre elas algumas amendoeiras centenárias. As raízes destas árvores ajudavam também a vida da Lagoa e a renovação de água.

Alguém deveria vir a público esclarecer. E ainda querem montar uma arquibancada "temporária" para a Olimpíada sobre as águas.

2 comentários:

  1. A Linha 4 licitada por Marcelo Alencar em 1998 de levar o Metrô até a Barra através da Linha 1 na conexão com a futura estação Morro São João (RioSul) teria impactos mínimos, seria tudo em rocha em NATM. Depois a proposta evoluiu para a ligação direta para o Centro, partido de uma estação paralela a Carioca, poderia até se chamar estação Carioca da Linha 4, mas seria no Morro Santo Antônio, em frente ao BNDES, sobre o futuro túnel de via da Linha 2 Carioca. Do Centro passaria sob Santa Tereza, Laranjeiras ou Cosme Velho, chegando em Botafogo sob o Dona Marta, e a partir do Humaitá, seguiria sob o Jardim Botânico até a Gávea e de lá em rocha (NATM) como já foi feito, até a Barra (Jardim Oceânico). Mas o Governo do Estado para colocar a Linha 4 como prolongamento da Linha 1 e assim dispensar a necessidade de uma nova licitação e colocar a linha dentro da concessionária MetrôRio, fez a Linha 4 como rabicho, um prolongamento da Linha 1 até a Barra, chamando o trecho entre Ipanema a Barra de Linha 4. É a opção, foi a alternativa, mais cara, mais demorada e de maior custo, para atender o interesse da concessionária de operar a linha sem licitação, apenas por termo aditivo, e é claro, com o Estado pagando a obra.

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    1. sim. Não entendo pq essa insistência de só quererem construir metrô no Rio pela montanha.

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